Singa

Qual seu nome?
Singa.    
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Quanto tempo você pinta?
Há 10 meses.


Qual seu estilo?
Faço personagens de mulheres negras com elementos referentes a cultura africana e a cultura indígena para representar nossos antepassados que sofreram e sofrem discriminação e extermínio diariamente no nosso pais. Mas, também sou amante das letras e do letrado baiano de pixação, sempre que da faço uma cena de letra.


Por que faz graffiti e por que começou?

Sempre fui próxima de pessoas que grafitam e na adolescência arriscava umas tags por ai, mas tudo começou realmente a fluir a partir do curso de feminismo e graffiti oferecido pela MUMBI, onde conheci muitas mulheres que tinham essa paixão em comum e começamos a sair juntas pra fazer nossos rolês. Do curso também se originou o coletivo feminista de intervenção urbana Donas do Rolê do qual faço parte.
 Grafito porque vejo a arte como forma de alimento pros sedentos de cultura e também como forma de problematizar questões sociais que ao meu ver não estão de acordo.Se uma pessoa olhar um graffiti que fiz e sentir vontade/curiosidade de conhecer mais sobre os elementos que represento, vou me sentir plenamente realizada. Comecei a grafitar porque senti que é um desafio que devo enfrentar, quebrar os dogmas construídos pela sociedade e abrir caminho para que o futuro das intervenções urbanas seja cada vez mais ocupados por mulheres

O que você quer dizer com o seu graffiti?

Que uma mulher negra, da favela, ou qualquer outro sujeito visto como invisível pode conquistar o espaço que quiser, meu maior intuito é representar os grupos excluídos da sociedade, mulheres, negros, índios, pobres e fazer com que a minha ação se reverta em apoio e coragem para a luta diária de cada um deles.

Você se inspira em algo ou algum artista?
 Sim, minha maior inspiração é minha mãe, uma mulher guerreira que criou a mim e minha irmã perante muitas dificuldades e desistiu dos seus sonhos para apoiar os meus, cada traço que faço é dedicado a ela. 
Como inspiração de técnica, admiro muito Baga e seus wild style fantásticos, alem de sermos do mesmo bairro, vejo baga como um grande artista em tudo que faz. Também admiro muito Deza e seus grapixos impecáveis, Chermie, Bigod e os letrados dos amigos da DB... Em fim uma legião de artistas que me inspiram diariamente.




Como é você vê a cena de salvador.?
Vejo que a cena de Salvador é bastante ativa, não há um bairro que não tenha seus muros falantes e isso me alegra muito, meu grande hobbie quando estou no ônibus é observar os riscos pela cidade. O que me entristece é que no cenário há uma certa divisão entre grafiteiros e pixadores, cada um com seu lado e na grande maioria das vezes os pixadores sendo marginalizados por grafiteiros. A cena de desenhos só existe por que a cena de pixação veio antes e devemos ter muito respeito tanto pelo movimento quanto por quem o pratica, pois o pixadores são os que mais se arriscam pra manter viva chama do grafite na ruas. 

O que diria para quem está começando a grafitar?
 Risque e se arrisque, cada dia, cada rolê vai ser uma experiência diferente e não desanime só porque ocorreu algum imprevisto ou frustração, grafite também é resistência e isso sempre implica em grandes barreiras a serem rompidas.

Além de grafiteira quem é você?
 Sou graduanda do Bacharelado Interdisciplinar em Artes na UFBA, poetisa por que preciso depositar meus sentimentos em algum lugar e não há lugar melhor que nas palavras    

e atualmente estou somando com a Frente Antifascista de Salvador.








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