ENCONTRO CALANGOS



Soube pelo Instagram da pintura de um muro já tradicional na cultura baiana do graffiti, o muro do evento Calangos em Castelo Branco. Essa seria a quinta vez que o muro seria pintado, em coletivo. Os organizadores escolheram um formato um pouco atípico do que vem sendo feito na cena, já que o mais comum é o formato de mutirão, vai quem quer, pinta o que quer. Então o formato escolhido de convidar uma quantidade limitada de artistas me causou uma certa estranheza e por essa espécie de seleção  durante os dias que antecederam o evento tiveram muitos e muitos diálogos no grupo 100%graffiti Bahia.  
Minha primeira impressão ao chegar no muro foi o de um evento normal de graffiti e como todo evento de graffiti sairia revigorado,  encontraria amigos e, é claro, pela lista de artistas convidados também veria inúmeras técnicas, belíssimas
Quando estava indo alguém largou no Whats que tinha passado e visto Eder e TarcioV, organizadores do evento, chapando o muro no dia anterior. Com essa informação tive a certeza de que era um evento típico de graffiti feito na unha pelo graffiteiro e como todos os outros. Ao chegar meio dia também entendi que um número maior seria um número maior de almoço também. Durante o dia além da admiração pelas pinturas que estavam acontecendo também, um fato importante foi a quantidade de artistas que vieram prestigiar a cena e ficaram por ali resenhando e conversando, se revendo, matando a saudade e, claramente, os novos tendo contato com os mais antigos.
Saí do evento muito revigorado com os dois dias, vê o nível de artistas como Baga com um elefante realista de tirar o queixo ou a chuva de Finho, a casinha dentro da boca do sapo,  conversar um pouco com Verme. Eu fui pro evento como repórter do site 100%graffiti Bahia e segue meus registros em vídeos e fotos. Eu tive a impressão que qualquer manifestação da nossa arte vem para fortalecer a cena e pela historia que escutei e pode ser vista nos vídeos que ainda tem muita coisa e renovação pela frente.                                   
Eder Muniz Tarcio V
Veja as fotos e as entrevistas e tire suas próprias considerações. 

 Sobre o evento  por  Eder Muniz
Eder, porque foi escolhido esse formato?
 Realmente houve uma curadoria para se ter o cuidado com a leitura do mural, já que o outro formato do mutirão que não é melhor nem pior, mas claramente é outro formato, e muitas vezes esse formato mutirão pela quantidades de artistas que pintam fica confuso para os transeuntes tirando assim a força do tema, que trazemos como prioridade "a força da natureza ". Queríamos trazer o graffiteiro como o pensador e questionador. Outro ponto muito discutido no pré evento era o apoio aos artistas, pois depois de 15 anos de trabalho não poder oferecer uma ajuda de custo para no mínimo transporte e alimentação não seria justo e, claro, sem material nós não convidaríamos ninguém. E como todos sabem, quanto mais pessoas participam mais cara fica a produção. Esses poucos detalhes que parecem insignificantes ,mas que no final agregam respeito a cada envolvido e suas histórias também, pois afinal são 100 metros de painel pra finalizar. E a nossa equipe local foi constituída por mim e o Tarcio Vasconcelos, o projeto não tinha espaço para imprevisto, pois não tínhamos verba pra isso. Eu fiquei surpreso com os graffiteiros que foram lá para acompanhar o processo de pintura e rever os amigos, eu não esperava mesmo, pois estava tão empenhado com a produção do evento, com os cuidados dos convidados. Mas no decorrer do dia ver cada um que se fez presente prestigiando o evento emociona. Fortalecer a importância e influência de ações como essas, pois a correria do trabalho nos tira esse tempo de ver os resultados e é pontuado a importância não de Eder Muniz, Tarcio Vasconcelos ou Verme, mas sim a importância desse painel para a comunidade, para os jovens, as crianças que crescem admirando arte, ainda que pareça clichê, mas uma arte fora da galeria no seu dia a dia e ver todos lá foi a confirmação do sucesso desse painel  quepintamos por pelo menos 5 vezes ao logo desses 9 anos. Para a cena de graffiti local, espero que ecoe para que os graffiteiros façam coisas nas suas comunidades.

Rebeca via Instagram
Eu não sei descrever a surpresa e alegria em ter sido convidada por Eder Muniz para pintar no Encontro de Calangos, mas sei que estou sinceramente agradecida e não menos honrada. Quando eu comecei a fazer graffiti lá em 2007, @calangos já fazia sua história nos muros. Este encontro teve como tema " Força da Natureza" e eu escolhi representar a força de uma Yabá que tem o vento, a tempestade e o fogo sob seu domínio! Oyá, Iansã, Bamburucema .... EPÀ HEEI! Essa foto foi tirada por @slikdois e ainda virá a foto do trampo finalizado. Só gratidão e mais aprendizado. Valeu @tracosderua @sistakk @finhosoueu por dividirem o muro comigo. Obrigada a todos que pintaram e que resenharam
Tarcio V fala um pouco sobre a importância do evento

Tarcio V :o graffiti demarcando os espaços e se tornando referência pra toda uma comunidade.


Bigod Fala um pouco.
Seu trabalho mostra uma  casinha aparentemente humilde, mas com bastante felicidade, dentro da boca do sapo
As pessoas se protegem aonde pode e como pode. Ele achou seguro fazer a casa na boca do sapo, uma pequena alusão às casas nas encostas que nesse período de chuva se não tiver esses entes para proteger elas vêm a baixo. A que protege a minha casa é o sapo já que vivo numa realidade parecida.
Por que associou a natureza a sua morada?
Eu queria mostrar que a força da natureza vem sempre fazendo o papel inverso do que o homem faz de em vez de destruir, mas sim protegendo, protegendo.
Sempre bom se reunir pra colocar as coisas em dias.
Rever os amigos.

Graffiteiro Black da nova geração fala da importância do muro e de ações como essa.


Foram 2 dias de pintura, a convite do Calando de rua Éder Muniz, uma dia lavado de chuva, outro dia seco e fervido pelo sol... Duas grandes FORÇAS DA NATUREZA chuva e sol .... e esse foi o tema que tínhamos em mente, nas folhas dos blackbooks.

Sista Katia



Minha contribuição foi singela, levei mais uma das minhas sereias gordas, minha representação dessa força da natureza que reina e cuida do mar, uma deusa de cabelo de mar, com búzios de joias, unhas e maquiagem azul .
Fui interpretando os trabalhos dos meus amigos e amiga que estavam do meu lado e fomos assim definindo o que seria essa união expontânea das nossas representações de FORÇA DA NATUREZA, e assim fizemos;
Finho
Das florestas e matas onde os animais selvagens dialogam com guerreiras, guerreira negra que domina o fogo, que cria raios e tempestades, que direciona a criança que montada na baleia se mesclam e leva a mensagem que o tempo mudou, o tempo virou e cada gota de chuva e vento vai deixar o mar revolto e os sapos à beira do mar serão guardiões, sentindo o amor gerado por dois guerreiros enfeitiçados pela paixão criando fogo novamente e fechando o ciclo natural da vida .


VERME CONTA A HISTÓRIA DO BAIRRO 
A história do bairro de Castelo Branco lembranças de Verme
cronologia do bairro. por Verme

A história do bairro de Castelo Branco nas lembranças de Lee27
primeira parte

segunda parte

Terceira parte
Boa tarde galera está minha participação no encontro de calangos.obrigado a aos Calangos Eder e Tarcio V, pelo convite.Asé !
Tema :Oya & Sangô , Inspirada no itan que conta que Sango so pode produzir o Fogo com a presença Oya. E essa e essência de traduzir o amor de Oya e Sango .
Artista :Lee27.
Veja alguns graffitis
Rebeca
S.Katia
Lee 27

Soon
Verme
coletivo Nova10ordem












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além do muro ainda foi pintado um fusca e um carrinho de son


the end

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