Julio Costa graffiti

Nome? 
Julio  Costa

Nome de graffiti? 
Juiu

Qual sua opção? 
Graffiti art

Há quanto tempo pinta?
18 anos

Faça uma pequena apresentação de quem é você (quais crew faz parte, cidade e bairro onde reside). 
Sou trovador proscrito carrego no fronte escrito a palavra Ninguém. Julio Costa (Salvador, Bahia, 23 de janeiro de 1981) é um pintor mural, cenógrafo, escultor, idealizador do Museu de Street Art de Salvador, que vive e trabalha criando galerias a céu aberto pela cidade de Salvador.
Nascido no ambiente cultural baiano, preenchido com as histórias de seu avô pescador, o culto aos Orixás e escravos fugidos todo esse mitico lugar o influenciou muito, para o lado surrelista da pintura. Participou de diversas exposições, tanto como artista quanto como curador, no Brasil e no exterior.

Você acha que essa inimizade entre graffiteiros e pixadores é real ou algo teorizado mais que praticado? Se sim, o que podemos fazer pra resolver?
Sinceramente acho mais irreal que real, pelo menos em Salvador. Vejo pequenos focos, vejo problemas de convívio de ambas as partes, mas não um ódio recíproco de ambas as partes. Pra resolver essas coisas precisamos entender que voltamos no mesmo ônibus pra casa, somos vítimas das mesmas armadilhas do sistema e que separados estamos sozinhos e fragilizados. Quando morre um pixador ou graffiteiro todos sentimos juntos. Concordo que por parte dos graffiteiros houve por um tempo um discurso de separatismo e que o graffiti servia pra limpar o pixo, mas isso já não é dito, nem falado pelo movimento há um tempo desde que o lado do pixo se declarou incomodado com isso e ate certo ponto oprimido. Mas, historicamente, pixadores famosos e antigos como Sinal e Pinel se declaravam em alguns momentos graffiteiros e isso porque há um tempo atrás era normal pra ganhar o trampo comercial ter essa postura. Acho que a mídia, incessantemente, perguntando sobre a diferença entre os dois elementos, acabou por fazer o papel de mídia escrota e ajudou a acirrar as animosidades entre os grupos. Acho também que outros elementos como estudiosos e pessoas de fora da nossa realidade baiana podem até dar ideias e contar suas experiências, mas nunca serão as mesmas nossas. Se não nos unirmos em vida vamos nos unir nas marchas fúnebres de amigos abatidos.
Por que faz graffiti hoje?  Por que  e quando começou?
Hoje faço graffiti porque me vejo com uma faca de prata simbólica que seria  do próprio Oxumaré pra furar o cinza e seguir na batalha. A minha auto critica e critica vem por conta do convívio com a rua, eu gosto de pensar no meu graffiti como um aquilombamento desde que tomei consciência do que é ser aquilombado. Também uso o graffiti como ferramente pra não trabalhar pra ninguém e ser independente tirando dessa grana a possibilidade de realizar o auto cuidado com locais onde frequento e convivo. Quando comecei era uma brincadeira de moleque junto com Bigode na escola, mas mesmo naquela época já usava o graffiti pra não ser oficce boy e tomar grito de senhor de engenho. Graças aos encantado que comecei e segui. Espero um dia ser um velho graffiteiro e nunca perder minha alma nem respeito.

Qual seu estilo de pintura? 
A estética da mulher negra e o afastamento do homem à natureza aparecem como fortes características do meu trabalho. Uma espécie de realismos com cartum mal pintado e com mãos escondidas. Uso a estética da mulher negra por simples vislumbramento e admiração. Com essa pratica eu vi que isso elevava o ego de meninas na comunidade, ai amplifiquei essa pratica. Também sou conhecido pelo filho da gata preta, o pirão, um gato de bochechas grandes e curto flores e frutos que simbolizam o afastamento do homem à natureza.

Onde você mais gosta de pintar?
Nos bairros populosos, na cidade de Salvador, na beira da praia, local onde tenha moqueca, onde se viva a velha Bahia, longe dos prédios, perto da água de coco e dos pescadores, onde tenha suco de manga feito pelas tias, onde as empregadas domesticas são tratadas como sábias, nas comunidades.

Você já sofreu algum tipo de repressão pintando? Se sim, conte pra gente.
Algumas. No começo ser chamado de marginal era mais normal e fazendo protesto fui pego e tomei um cacete de seguranças, tomei pau também ja fui reprimido com meus amigos pela sociedade desde quando nao aceitei suas regras ela me impoe inumeras mazelas.

Você admira algum artista? Qual? 
Bigod, Prisk, Ixlut,esses três são minhas Referencias mais fortes.
Kbça, Baga, Lee, Skank, Monica KajaMan, sKatia,Acme, Emol,  shermie  Black, rebeca, srA Lipe.
Caravaggio e Modliani

Qual mensagem você quer transmitir com seu graffiti? 
Que somos autossuficientes, que não dependemos de governo, que se não cuidarmos do planeta a porra toda vai acabar e que devemos viver sob uma ótica de desobediência.

Diga algo para o futuro do graffiti 
Vamos viver o agora, plantar muita coisa boa agora, no futuro eu vou tá velho mesmo kk, não vou ligar muito não, mas o agora é o importante, é agora que temos que resistir e ir pra rua, seguir o fluxo, graffiti é baile de favela.

"Além de graffiteiro, quem é você?" 
Sou um homem de 35 anos que não tenho carro cartão de credito nem faculdade, fora de meu quilombo eu sou só um na multidão, um oreia seca.

E-mail bahiagraff@hotmail.com



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