Quel

Nome,idade,classe,raça?
Quel, 23 anos, pobre e preta!
Você é?
graffiti arts
2) Porque tem esse nome no graffiti?
Quel é meu apelido desde guria. Como nunca tive criatividade pra criar tag, passei a assinar como Quel mesmo.
3) Desde que ano começou a graffitar a rua?
2015, ano passado.
4)Por que faz graffiti hoje? Por que e quando começou a pintar?


5)O que você quer dizer com seu graffiti?Sua resposta
Sempre tive o costume de desenhar personagens femininas no papel. Mantive essa "tradição" no muro porque, além de ser o que eu mais curto desenhar, é uma forma de marcar a presença feminina no espaço público.
6)Onde você gosta mais de pintar?
7) Que motivo fez buscar o graffiti?
8)Como você vê a cena do graffiti na Bahia?
Potente! E muito bem representada. Tem artista de tudo quanto é estilo aqui e eu idolatro todos(as) em silêncio. Hahaha! Em minha concepção, a cena daqui não deve nada a dos demais estados. Tenho muitas referências por aqui.
9)Qual seu estilo?
Personas.
10) Você acredita que ainda tem barreira na rua pra graffitar?Sua resposta
Sim. Principalmente pra as mulheres, pois existe toda uma convenção social patriarcal que diz que o espaço público não nos pertence. Muita gente acha que não é certo a gente estar na rua, e nos atribuem muitos estigmas negativos na maioria das vezes. Mas falando de modo geral, existem muitas outras dificuldades, como a repressão severa por parte das autoridades, a visão deturpada que algumas pessoas ainda mantém a respeito do graffiti... São várias as barreiras, mas arte de rua é resistência e os prós compensam muito.
11) Você já consegue viver plenamente do graffiti?
12) Desde que começou a graffitar até agora o que mudou e continua mandando no graffiti baiano?
Vejo a cena feminina crescendo. Tem muitas meninas chegando, assim como eu. Fico feliz e espero que todas sigam focadas em evoluir e representar na rua.
13) Você já sofreu algum tipo de repressão pintando?
Não.
14) Se sim, conte pra gente.Você acha que essa inimizade entre graffiteiros e pixadores é real ou algo teorizado mais que praticado? Se sim, o que podemos fazer pra resolver?
15) Você admira algum artista?
Putz, muitos! Se eu for citar todos passo a noite e ainda esqueço gente. Hahaha!
Que procure enxergar o graffiti como ele realmente é: como arte, arte de rua, como expressão periférica, como resistência. Como algo que deve ser valorizado, igualmente ao que se encontra dentro das galerias.
17)Qual mensagem você quer transmitir com seu graffiti?
Talvez com o desenho não muita coisa além daquilo de marcar a presença feminina no espaço público. Mas talvez isso de alguma forma queira dizer mais sobre liberdade. Liberdade para ser o que se é e estar onde se quer estar.
18)Alem de graffiteiro, quem é você?
Sou professora por formação. Cursei Letras e começarei a cursar Artes no próximo semestre.
Sem dúvida melhorou a minha relação com a rua. Sempre fui medrosa pra andar só mas o graffiti me fez perder o medo. Hoje vou para qualquer lugar, feliz e satisfeita. Além disso, o graffiti abriu meus olhos para muitas realidades, me fez conhecer e conviver com muita gente maravilhosa e isso vem a cada dia me inspirando. Também tem me ajudado a conviver, entender e aceitar o jeito, as concepções e o comportamento dos outros. Isso tudo me faz a cada dia uma pessoa melhor.
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