Quel


  
Nome,idade,classe,raça?
Quel, 23 anos, pobre e preta!

Você é?
graffiti arts
2) Porque tem esse nome no graffiti?
Quel é meu apelido desde guria. Como nunca tive criatividade pra criar tag, passei a assinar como Quel mesmo.
3) Desde que ano começou a graffitar a rua?
2015, ano passado.
4)Por que faz graffiti hoje? Por que e quando começou a pintar?
Comecei a me interessar pelo graffiti na adolescência, com uns 14 ou 15 anos. Mas era um interesse só de admiração mesmo; nesse tempo eu não pensava em graffitar ainda. Com 18 anos comprei duas latas de tinta pra tentar fazer uns riscos na laje de casa, mas o resultado foi frustrante, hahaha. Depois disso fui frequentando workshops e oficinas de graffiteiros que aconteciam pela cidade e só fui pegar em spray novamente em março do ano passado, já com 21 anos, quando fui pra a rua fazer uma personagem que tinha rabiscado em casa. Novamente fiquei um tempão sem pintar por conta da rotina apertada (e da timidez em ir para a rua), até que no final do ano passado, lá pra outubro ou novembro, conheci num curso umas minas que também tinham interesse em ingressar no graffiti e voltei a pintar. Desde então não parei. Vários motivos me levaram a querer fazer graffiti. Um deles, e talvez o maior de todos, é o respeito que passei a ter por essa arte, que é complexa, sensível aos apelos do cotidiano e, principalmente, de protesto. Ainda que o graffiti seja o desenho de um sol, por exemplo; o fato de ser uma expressão artística de periferia, de qualidade, exposta gratuitamente nos muros do cotidiano de ricos, pobres, pretos e brancos já diz muito e me encanta demais. Essa percepção me fez criar afeto pela rua e despertou em mim a vontade de contribuir também na cena, o que se intensificou mais ainda ao perceber o número pequeno de mulheres que atuavam na cena de Salvador e de outras cidades por aí.
5)O que você quer dizer com seu graffiti?Sua resposta
Sempre tive o costume de desenhar personagens femininas no papel. Mantive essa "tradição" no muro porque, além de ser o que eu mais curto desenhar, é uma forma de marcar a presença feminina no espaço público.
6)Onde você gosta mais de pintar?
Gosto de pintar em qualquer canto!
7) Que motivo fez buscar o graffiti?
8)Como você vê a cena do graffiti na Bahia?
Potente! E muito bem representada. Tem artista de tudo quanto é estilo aqui e eu idolatro todos(as) em silêncio. Hahaha! Em minha concepção, a cena daqui não deve nada a dos demais estados. Tenho muitas referências por aqui.
9)Qual seu estilo?
Personas.
10) Você acredita que ainda tem barreira na rua pra graffitar?Sua resposta
Sim. Principalmente pra as mulheres, pois existe toda uma convenção social patriarcal que diz que o espaço público não nos pertence. Muita gente acha que não é certo a gente estar na rua, e nos atribuem muitos estigmas negativos na maioria das vezes. Mas falando de modo geral, existem muitas outras dificuldades, como a repressão severa por parte das autoridades, a visão deturpada que algumas pessoas ainda mantém a respeito do graffiti... São várias as barreiras, mas arte de rua é resistência e os prós compensam muito.
11) Você já consegue viver plenamente do graffiti?
Não.
12) Desde que começou a graffitar até agora o que mudou e continua mandando no graffiti baiano?
Vejo a cena feminina crescendo. Tem muitas meninas chegando, assim como eu. Fico feliz e espero que todas sigam focadas em evoluir e representar na rua.
13) Você já sofreu algum tipo de repressão pintando?
Não.
14) Se sim, conte pra gente.Você acha que essa inimizade entre graffiteiros e pixadores é real ou algo teorizado mais que praticado? Se sim, o que podemos fazer pra resolver?
15) Você admira algum artista?
Putz, muitos! Se eu for citar todos passo a noite e ainda esqueço gente. Hahaha!
16)O que você tem pra dizer pra sociedade sobre o graffiti?Sua resposta
Que procure enxergar o graffiti como ele realmente é: como arte, arte de rua, como expressão periférica, como resistência. Como algo que deve ser valorizado, igualmente ao que se encontra dentro das galerias.
17)Qual mensagem você quer transmitir com seu graffiti?
Talvez com o desenho não muita coisa além daquilo de marcar a presença feminina no espaço público. Mas talvez isso de alguma forma queira dizer mais sobre liberdade. Liberdade para ser o que se é e estar onde se quer estar.
18)Alem de graffiteiro, quem é você?
Sou professora por formação. Cursei Letras e começarei a cursar Artes no próximo semestre.
19)Quais benefícios e o que graffiti proporcionou pra sua vida?
Sem dúvida melhorou a minha relação com a rua. Sempre fui medrosa pra andar só mas o graffiti me fez perder o medo. Hoje vou para qualquer lugar, feliz e satisfeita. Além disso, o graffiti abriu meus olhos para muitas realidades, me fez conhecer e conviver com muita gente maravilhosa e isso vem a cada dia me inspirando. Também tem me ajudado a conviver, entender e aceitar o jeito, as concepções e o comportamento dos outros. Isso tudo me faz a cada dia uma pessoa melhor.
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Comentários

Marcia disse…
Quel parabéns e continue marcando os espaços públicos com suas personagens femininas e nos representando. bju Marcia Silva
Marcia disse…
Quel parabéns e continue marcando os espaços públicos com suas personagens femininas e nos representando. bju Marcia Silva
Unknown disse…
Minha irmã linda *-----*

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